Dar uma resposta à pergunta acima não é uma tarefa fácil ou que possa ser respondida de imediato sem levar em consideração alguns aspectos importantes. As alterações biológicas induzidas pelo treinamento fÃsico dependem do tipo do exercÃcio bem como da duração, intensidade, frequência do esforço a ser realizado. Isso significa que esses parâmetros básicos de uma prescrição de exercÃcio é o que irá garantir que seus objetivos serão (ou não) atingidos. As diferenças entre os exercÃcios aeróbios e de força e também dos exercÃcios combinados (aeróbio + força) são diversas assim como o resultado no organismo de quem os prática. Essas diferenças estão associadas não somente a forma de execução, mas também ao metabolismo celular envolvido.
Entende-se por exercÃcio aeróbio um tipo de exercÃcio que varia de baixa a alta intensidade que depende principalmente do metabolismo celular aeróbio (dependente do oxigênio) para produção de energia. Esse tipo de exercÃcio tem sido indicado, por exemplo, para redução da gordura corporal (perder peso), melhorar a função cardiovascular e respiratória, prevenir doenças crônicas como diabetes, Alzheimer, Parkinson e até mesmo alguns tipos de câncer, etc. Enquanto, que o exercÃcio de força, também chamado de exercÃcio resistido, é um tipo de exercÃcio fÃsico realizado contra uma resistência para induzir ganhos substanciais na força ou massa muscular e que depende principalmente da energia anaeróbia (sem participação direta do oxigênio). Esse tipo de exercÃcio também traz ganhos substanciais sobre a saúde do organismo e contribui para a prevenção e tratamento de diversas doenças crônicas. Assim, fica evidente que os efeitos do treinamento fÃsico no organismo serão sempre dependentes do tipo de exercÃcio realizado.
Outro fato a se considerar é que os efeitos do exercÃcio sobre o organismo dependem também de alguns princÃpios que devem nortear as sessões de exercÃcios, dentre os quais se destacam a individualidade biológica, ou seja, cada um responde de maneira diferente a um determinado estÃmulo e isso se deve à s heranças genéticas bem como o que adquirimos com os nossos hábitos de vida (fenótipo). Portanto, os objetivos podem ser os mesmos para um determinado grupo de pessoas, porém a sessão de exercÃcio, principalmente a intensidade de esforço deve ser individualizada. Outro princÃpio é a sobrecarga (duração, volume e intensidade do esforço). O corpo precisa ser desafiado constantemente para que possa evoluir, ao contrário, mudanças esperadas não ocorrerão no seu organismo. A adaptação é outro princÃpio importante pois os esforços realizados devem promover adaptações fisiológicas em um determinado perÃodo de tempo. Por isso, a necessidade da reavaliação fÃsica é necessária para que estÃmulos mais fortes sejam executados. Isso se reflete no princÃpio da progressão. Esses princÃpios e outros relatados na literatura devem ser respeitados pelo profissional que fará a prescrição de exercÃcios.
Vejam que para prescrever exercÃcio é preciso de um conhecimento de base acadêmica e cientÃfica que são desenvolvidos nos cursos de graduação principalmente na área de Educação FÃsica. Considerando essas simples observações fica evidente que a escolha do melhor tipo de exercÃcio para seus objetivos não é algo muito fácil de ser respondido. Para tanto, é preciso consultar profissionais com formação acadêmica apropriada para que seus esforços não sejam em vão ou que tragam mais danos do que benefÃcios. Porém, é certo afirmar que, numa visão geral, qualquer forma de manter-se fisicamente ativo é melhor do que qualquer forma de permanecer fisicamente parado. O sedentarismo uma das principais causas de morbidades e mortalidades no mundo e deve ser combatido e evitado a todo tempo e em todas as idades. Nesse sentido, correr, caminhar, dançar, pedalar, nadar, remar, patinar, surfar, lutar, praticar esportes, tanto faz quando não se tem objetivos especÃficos. Faça à quilo que melhor lhe dê prazer. Respeite seus limites, mas não deixe de fazer exercÃcios. Sua saúde agradece!
Por Ricardo A. Pinho, PhD
PPGCS/Escola de Medicina/PUCPR